Covid longa
O QUE É COVID LONGA?
A Covid Longa, também chamada de “Condição pós-Covid-19” ou “Covid crônico”, se caracteriza pela apresentação de múltiplos sintomas que se iniciam três meses após a infecção por Covid-19 e permanecem por no mínimo 2 meses. A Covid Longa atinge cerca de 10 a 30% dos pacientes que tiveram a infecção.
Essa condição é mais frequente em pessoas que contraíram a forma grave da doença, sendo mais comum em pacientes com comorbidades e que representam os grupos de risco, como aqueles que têm diabetes, hipertensão, obesidade, cardiopatias, câncer, doença renal crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica, tabagismo ou alcoolismo. Além disso, nota-se que pessoas não vacinadas contra a Covid-19 têm um risco maior de desenvolver Covid Longa, de modo que a maior ocorrência se dá entre mulheres de meia-idade.
Alguns sinais e sintomas são os cardiovasculares, como dor no peito, palpitações e taquicardia; os do sistema respiratório, como a tosse seca e falta de ar; do sistema digestório, a exemplo de dor abdominal, náuseas e diarreia; do sistema esquelético, como dores articulares e musculares e fraqueza; do sistema reprodutor, como menstruação irregular e disfunção erétil; sintomas hepatobiliares como icterícia e alteração em enzimas hepáticas; do sistema nervoso, a exemplo de perda de memória, comprometimento cognitivo e alterações do humor; do sistema vascular, que são a fadiga, inchaço de membros inferiores e câimbras; e alguns outros como trombose, sintomas dermatológicos e alterações na função renal. O aparecimento desses sintomas, assim como a intensidade deles, pode variar entre os pacientes, porém, as mais comuns, segundo um estudo longitudinal feito pela Fiocruz Minas, são, respectivamente: fadiga, tosse persistente, dificuldade para respirar, perda do olfato ou paladar e dores de cabeça.
O mecanismo pelo qual a Covid Longa se desenvolve ainda é incerto, sendo um tema alvo de diversos pesquisadores e instituições de pesquisa. Algumas das possíveis hipóteses são a persistência de partículas virais, resposta autoimune ou sequela inflamatória sistêmica. Dessa forma, uma pesquisa a respeito do tema está em andamento no Núcleo de Genética Humana e Molecular (UFES), com finalidade de entender melhor essa síndrome e desenvolver estratégias de tratamento mais eficazes. Enquanto isso, a conscientização sobre a Covid Longa é crucial para garantir que os pacientes afetados recebam o apoio e os cuidados necessários para lidar com os sintomas prolongados após a infecção inicial pelo vírus SARS-CoV-2.
O Núcleo de Genética Humana e Molecular da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) desenvolveu um projeto de divulgação científica nas redes sociais, visando compartilhar com o público os seus trabalhos e as suas pesquisas na área de genética, bem como esclarecer dúvidas e curiosidades sobre a covid-19 e seus aspectos. Neste contexto, postagens frequentes a respeito da COVID-19 e Covid Longa são disponibilizadas no Instagram do NGHM (@ufes.nghm).